As máquinas tomarão melhores decisões por nós?
Se queremos que a humanidade alcance um novo patamar, talvez uma Sociedade 5.0, ou até mesmo a Singularidade, parece ser necessário aprender a delegar as máquinas tudo o que possa sofrer uma transformação digital.
O que estou a fazer agora é o que deveria estar a fazer? |
Tudo pode sofrer uma transformação digital?
Um sonho que me acompanha há algum tempo é a possibilidade de delegar a um sistema as minhas decisões do dia a dia. Que horas devo acordar? O que devo ingerir no desjejum? Como devo seguir a minha agenda diária? O que estou a fazer agora é o que deveria estar a fazer? Ou há alguma atividade que poderia substituir a atual que otimizasse o meu dia e a minha vida?
Acredito que muitas pessoas acham um absurdo retirar estas tomadas de decisão do ser humano e delegá-las a máquinas. Professores Doutores da área da Engenharia Informática, dos Sistemas de Informação, da Gamificação e da Ciência da Informação, discordam desta minha crença.
Por outro lado, reflito sobre o início de muitas ferramentas tecnológicas e observo que esta discordância sempre existiu:
Uma calculadora na aula de matemática era uma Ideia tão absurda na década de 90 quanto uma dissecação de cadáveres na época de Leonardo da Vince. Não acompanhei a introdução de computadores Magalhães no ensino primário em Portugal, mas desconfio que muitos educadores acharam um absurdo educar por estes meios tecnológicos. Ainda hoje há docentes que recusam trabalhos digitados.
Enquanto isso, algoritmos avançados estão contribuindo com descobertas nas profundezas do oceano marítimo e celeste. A raça humana não teria desenvolvido tanta ciência se mantivéssemos as contas no lápis e no papel, ou se abandonássemos o computador para investigar uma nova teoria.
“Mas Einstein não utilizava computadores...” E a tecnologia digital que contribuiu para provar suas teorias?
Parece ser necessário conseguir desenhar e ordenar letras sem o auxílio do teclado de um computador. Também pode ser necessário realizar contas básicas de geometria e de aritmética sem o auxílio de uma calculadora. Mas daí a ser capaz de conhecer a melhor dieta para combater, de forma preventiva, a alzheimer, que poderá lhe acometer aos 105 anos, é exigir demais do indivíduo.
Existem exames médicos que utilizam modelos matemáticos para “diagnosticar” possíveis enfermidades futuras. Há extensas bases de dados sobre a predisposição de indivíduos na escolha de um curso e/ou de uma carreira. Estudos sobre o comportamento, a cognição e a mente humana, têm contribuído para que redes sociais identifiquem tendências suicidas, e para grupos políticos influenciarem resultados eleitorais.
Entretanto, ainda não há um sistema dedicado a aprender sobre o indivíduo e guiá-lo nas suas decisões do dia-a-dia. Contribuindo para seus erros, dentro de margens de segurança; recalculando rotas a partir de decisões espontâneas que este indivíduo possa tomar; exponenciando seu dia-a-dia e a sua vida.
Este sistema poderia causar uma dependência e na sua falta o indivíduo não saberia o que fazer? O sistema não poderia proporcionar uma aprendizagem exponencial a ponto de permitir que o indivíduo continue sem ele?
Na falta de tecnologias como um avião sou capaz de ir de Lisboa a Moscovo a pé, mas levarei 4 meses para lá chegar, andando 8h por dia. Por outro lado, num avião, faço este mesmo percurso no equivalente a um dia de caminhada, 8h.
A ideia é ter um sistema que reduza o tempo entre o que o indivíduo é e o que ele pode ser, contribuindo com as suas decisões do dia-a-dia e potencializando a sua vida. Sem retirar o seu livre-arbítrio e a capacidade de caminhar com suas próprias pernas.
Aguardemos por um sistema exponencial!
Sim, a automação vai fazer parte de nosso dia a dia cada vez mais, isso é apenas uma questão de tempo. Por um lado traz muitas facilidades inalcançáveis apenas com as capacidades humanas, no entanto, um uso exagerado desta para controlar até os aspectos mais básicos simplesmente tiraria a poesia da vida...as vezes aprende-se muito ao pegar o caminho errado.
ResponderEliminarSim, a automação vai fazer parte de nosso dia a dia cada vez mais, isso é apenas uma questão de tempo. Por um lado traz muitas facilidades inalcançáveis apenas com as capacidades humanas, no entanto um usso exagerado desta para controlar até os aspectos mais básicos simplesmente tiraria a poesia da vida...as vezes aprende-se muito ao pegar o caminho errado.
ResponderEliminarE se a tecnologia contribuísse para que cometêssemos erros significativos para o nosso aprendizado, dentro de certas margens de segurança? Se um acidente automotivo proporcionar um aprendizado a tecnologia poderá permitir que o cometamos, mas se este acidente puder produzir algo trágico está mesma tecnologia o impedirá.
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